Este poema foi postado no primeiro dia de vida deste blog, fiz uma pequena modificação e decidi postar novamente
Lá nasci!
Passei pela infância correndo com meus brinquedos para não perder a chuva de verão!
Corri na rua ouvindo os chamados da minha mãe para a hora do banho.
Deixei lágrimas de inocência pelo que não puderam comprar.
Lá conheci o gosto do chão, o cheiro do vento e o sabor das ondas.
Fui embalado pelo refinado paladar dos gigantes dos festivais
Dancei ao som das matracas da ponta de ouro do velho mestre.
Conheci as boas risadas que a vida me ofereceu e vivi as decepções de gente que não sabe o que é amar.
Lá pedalei pelas ruas e fui a lugares que minha mãe nunca soube.
Conheci pessoas que me adotaram e acolhi quem permitiu um carinho.
Fui filho e neto do caráter inabalável de um velho carroceiro.
Fui filho e amigo de uma das Marias, hoje sou pai e amigo da minha mãe.
Também sou tio, amigo e pai de duas sobrinhas irmãs e filhas.
Lá eu andei, corri e pedalei duas e mais voltas na João da Silva Lima sob o olhar das estrelas.
Sorri, chorei e amanheci dançando nos bloquetes do folclore.
Abracei e tive o gozo de distribuir abraços e sorrisos para aqueles que me graduaram de senhor.
Conheci a humilhação de não saber e não ter, ou apenas pela simplicidade de um olhar.
Aplaudi e fui aplaudido pelo povo que calça o mesmo número que eu.
Lá eu nasci
De lá tenho vontade de voar ao encontro do meu coração e pousar junto da minha alma.
Tenho sonhos pra plantar nessa terra,
terra onde houve o primeiro pisar desses pés e onde desejo ser embalado pela última nota do poema.
Arari
Lá nasci
Lá vivi
De lá tomarei o vôo ao encontro da eternidade do meu eu.
Ailton Barros
Adoroooooo!!!!! não há um arariense que não se identifique com esse poema, vc deveria publicar um livro com seus versos que tanto alegram as almas dos amantes das palavras!
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