Abriu a porta do quarto e a bolsa.
Abriu o batom escarlate e a boca
Contornando a carnuda volúpia.
Abriu a blusa, botão por botão
Abriu o peito, bem mais ligeiro
Escancarando seios e coração.
Cada braço em entrega, abriu
E de uma só vez abriu mão
De muitos dos mandamentos
Do pecado contra a castidade.
Da honra ao pai e a mãe.
Da cobiça ao que é do próximo.
O zíper da calça abriu por ele,
As pernas, trêmulas, abriu por si.
Abriu um sorriso de bel-prazer
Como flor em entrega se abriu.
De olhos entreabertos em torpor
Foi deslizando as mãos abertas
Por entre os lençóis de seda pura...
Por entre os lençóis de seda pura...
Sempre se deixa algo em aberto
Quando se fazem juras de amor!
dri Chaves
0 comentário(s):