26/06/2011

“Erali”!

Postado em 26.6.11  | No marcador  Expressão

ÁLVARO BATALHA JARDIM*

O folclore político registra que na década de 60, quando o Rio Mearim transbordou, deixando a cidade de Arari submersa, um representante do governo teria sido enviado para avaliar os estragos causados pelas cheias. Conta-se que, ao chegar, de longe o emissário avistara apenas o topo dos telhados de algumas casas. Perplexo, diante da cena inusitada, perguntou às pessoas encarregadas de recepcioná-lo: ­­- Cadê a cidade? “Era ali”! Respondeu apressadamente um componente da comitiva. Daí em diante, sempre que alguém queria provocar um arariense em função da modesta importância política do município usava-se o termo “erali”, numa alusão ao nome da cidade: Arari.

Na minha adolescência, quando passei a me interessar, de forma mais sistemática, pelas coisas pertinentes ao meu dia-a-dia, ficava intrigado. Inquietava-me ouvir a expressão “erali”.  Mexia com minha auto-estima, sentia-me atingido.    Hoje, deparo-me diante de uma agradável ironia. Rememoro a lenda para resgatar a palavra com a qual quero dizer que: aquela Arari, pobre, quase sem vida, pequenina, já não está lá, ou seja, “era ali”, porque, as transformações ocorridas nestes trinta e poucos anos, fez daquela modesta cidade, um local digno, respeitado, aprazível, merecedor do nosso orgulho.

Arari deu um salto. A população cresceu, a qualidade de vida melhorou, a economia se fortaleceu e o município adquiriu respeito no âmbito estadual. É inegável que não se transformou num mar de rosas. Problemas existem e são muitos. Alguns menores outros graves, de difícil solução. Exemplo: a alta incidência de jovens comprometendo a saúde e perdendo a dignidade pelo uso de drogas. Mesmo assim, temos motivos para comemorar porque o município continua sua ascensão, notadamente no que tange às realizações dos poderes executivos federal, estadual e municipal.

A quase secular deficiência do sistema de abastecimento de água está resolvida; o cais, velha aspiração dos ararienses, está em fase avançada; os serviços de saúde funcionam bem; a maioria das ruas da periferia estão calçadas; o setor da educação funciona de forma eficaz; hoje, os jovens podem frequentar universidades sem ter que deixar o aconchego dos seus lares, como ocorria com a geração da qual faço parte.

A lista, ainda, pode ser acrescida com os avanços ocorridos nos setores primários e terciários da nossa economia. O comércio se expandiu e a produção agrícola registra avanços significativos, ocorridos com maior vigor durante a gestão do Prefeito Leão Santos Neto. Registro com orgulho minha contribuição neste campo, graças ao apoio recebido durante minha permanência no cargo de Secretário Municipal de Produção e Abastecimento.

No inicio da gestão, a pasta não possuía nenhuma visibilidade e hoje, em função do fundamental apoio do prefeito, implantou-se uma série de políticas de cunho econômico e social, de relevante importância. Dessa forma, conseguimos obter grandes avanços e valiosas conquistas.

 Além de contar com uma aguerrida, competente e dedicada equipe de servidores, a secretaria está bem estruturada, instalada em prédio espaçoso, com três computadores, internet, impressora, aparelho de fax, linha telefônica, bebedouro elétrico e três freezeres.

Temos ainda um tanque resfriador de leite aguardando sua instalação  (armazenado na fazenda Espírito Santo), uma Agroindústria de Farinha que será instalada em São Bento na região de Moitas, uma empacotadeira automática que será instalada na Feira do Produtor e uma mini-usina de arroz destinada ao povoado Varame.

Chegamos a movimentar, com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, a vultosa importância de quase R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) por ano. Elaboramos vinte e cinco projetos encaminhados para ao PRODIM, dentre os quais onze foram aprovados totalizando R$ 900.000,00 (novecentos mil reais).

Implantamos três projetos pelo FUMACOP, um pelo MDA e dois pelo MDS, estes últimos no valor de R$ 395.500,00 (trezentos e noventa mil e quinhentos reais) beneficiando diretamente oitenta e cinco produtores e mais de 3.000 (três mil) crianças das escolas municipais.

Reconheçamos que ainda há muito por fazer. Porém, é justo ressaltarmos que muito já foi feito e há relevantes ações em execução. Os resultados são visíveis: a realidade de hoje de longe se assemelha à situação que dera origem ao termo pejorativo “erali”, com o qual denegria-se a imagem da nossa estimada Arari.

Ao completar 147 anos de fundação, Arari tornou-se uma cidade conhecida, respeitada, forte e admirada. Hoje podemos apontar, sem o risco de ofendermos ninguém, o local onde existiu uma cidade acanhada que pouco ou quase nada tinha a oferecer aos seus filhos: “erali”! Parabéns, Arari!

* Graduado em Ciências Agrárias, ex-secretário de Produção e Abastecimento de Arari. Atualmente trabalha para a Macal, empresa de Consultoria que presta serviços para a Fundação Vale, exercendo o cargo de Coordenador do Projeto de Desenvolvimento do Assentamento Cateme na província Tete em Moçambique (África)

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