“Non
ducor, duco”
(Frase
em latim que está inserida no brasão da cidade de São Paulo)
O
lema acima (“Não sou conduzido, conduzo") captura um aspecto da vida que é
muito importante: em que medida somos levados ou tentamos imprimir o nosso rumo à vida.
Algumas
características de pessoas que têm controle sobre suas vidas
Leia as afirmações abaixo e tente avaliar
quanto cada uma delas descreve a sua maneira de ser:
-
Não fico muito tempo em um emprego que não julgo à minha altura.
-
Sou inovador. Não me conformo em trabalhar apenas com a eficiência mínima que é
necessária para não ser despedido ou perder um negócio.
-
Ajo ativamente em muitas áreas da minha vida. Não estou preocupado apenas em
sobreviver. Sei e me permito aproveitar os prazeres que a vida oferece no dia a
dia. Por exemplo, me entrego às boas conversas e comemoro tudo que a vida traz
de agradável.
-
“Enrolo” menos do que a média das pessoas: quando sou apertado ou constrangido
para me manifestar sobre algo que estou disfarçando, “abro logo o jogo”.
-
Franqueza e polidez: prefiro tratar dos fatos sociais como realmente eles são,
ao invés de vê-los como os desejaria. Prefiro agir de forma polida e não por
meio de reações puramente emocionais ao que o outro fez ou deixou de fazer.
-
Não mudo muito o curso de minha vida só para atender às expectativas alheias.
-
Dou muito valor para a minha integridade psicológica. Por exemplo, não me
submeteria ao constrangimento de ficar inventando disfarces e desculpas para
enganar a minha parceira, caso me envolvesse com outra pessoa. Dou mais valor à
minha integridade do que aos benefícios que eu poderia auferir através do
ocultamento da minha opinião ou da apresentação de mentiras.
-
Nas minhas práticas sexuais, sinto-me livre para expressar e realizar os meus
desejos, ao mesmo tempo em que levo em conta os desejos da minha parceira.
Essa
preocupação com as iniciativas para dominar aquilo que nos afeta é captada por
conceitos bastante difundidos como proatividade, dominância, assertividade,
liderança e batalhador e seus antônimos: reatividade, submissão, passividade,
liderado e acomodado.
Não
agimos uniformemente: podemos ser condutores em algumas áreas e ser conduzido
em outras. Não existe nada de mal em ser conduzido eventualmente em
determinadas circunstâncias. Pelo contrário, deixar-se conduzir é a reação mais
adequada em certas situações como durante um assalto, ao realizar um exame
médico ou perante um tribunal.
A
perda do controle
Os
principais fatores que podem levar à sensação de perda de controle sobre a
própria vida são os seguintes: certos traços de personalidade (timidez,
inassertividade, submissão, etc.), algumas situações (ameaças de morte, normas
legais, acontecimentos provocados pela natureza como os terremotos e incêndios)
e algumas patologias (doenças orgânicas e psicológicas que produzem dependência:
paralisias, febre alta, depressão, pânico).
Consequências
da perda de controle em áreas importantes da vida
A
perda de controle produz efeitos altamente indesejáveis: tira o prazer de viver
quando acontece em áreas essenciais da nossa vida. Além disso, as pessoas que
são condutoras são mais valorizadas socialmente e premiadas por isso do que as
conduzidas. Estas geralmente sentem-se menos vivas e participantes da vida e
são menos valorizadas socialmente.
Embora
aquilo é considerado área essencial varie de uma pessoa para outra, algumas
dessas áreas são importantes para quase todo mundo, como o reconhecimento social,
a vida amorosa e sexual e a autoestima.
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