Parece roteiro de filme pornô: três mulheres de salto e vestidinho
invadem, desfilando, o laboratório de um cientista compenetrado no seu
microscópio. O vídeo, no entanto, é parte de uma campanha da UE (União
Europeia) para atrair garotas para a ciência.
Desde que veio à tona, a sequência de imagens de menos de um minuto tem sido alvo de críticas em redes sociais. A principal reclamação é a maneira sexista como a mulher é representada
na campanha "Science is a girl thing" (Ciência é coisa de garotas).
Por causa do bafafá, o vídeo foi retirado da página da campanha na internet, mas pode ser assistido no site YouTube e já passa de meio milhão de visualizações.
"A ideia da campanha é ótima, mas o vídeo foi um verdadeiro desastre",
analisa a socióloga Maria Conceição da Costa, que coordena o Núcleo de
Estudos de Gênero Pagu, da Unicamp.
O site da campanha, recheado de cor-de-rosa e de imagens ligadas à
beleza (no lugar do "i" da palavra "science", por exemplo, há o desenho
de um batom), também tem sido alvejado na internet.
"Eu não uso batom e sou cientista", postou uma pesquisadora no YouTube.
"Finalmente um vídeo para convencer minhas colegas pesquisadoras a
desistirem da ciência", escreveu outro cientista. Em nota, reforçou que o objetivo da "Science is a girl thing" é atrair principalmente adolescentes para a ciência.
Hoje, 45% dos estudantes de doutorado na Europa são mulheres. No
entanto, apenas um terço de quem segue carreira como pesquisador é do
sexo feminino.
Os estudiosos de gênero acreditam que isso acontece por causa do "teto
de vidro", um obstáculo invisível que a mulher enfrenta na carreira
caracterizado principalmente pela maternidade.
Veja o vídeo AQUI
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