25/08/2011

A última parte do destino.

Postado em 25.8.11  | No marcador  Expressão


O inicio alcançou-me com o apagar das luzes, um ou outro carinho ascendeu uma chama a muito esquecida entre quinquilharias. 

Foram dedos e dedos abrindo portas para a infinidade do prazer entre dois corpos sedentos por calor. O presente a tanto prometido fora dado e recebido como um avassalador encontro de mares.

Ainda que talvez sob o meio olhar de uns poucos que pudessem não querer, tratava-se de duas almas ofuscadas pela brisa de uma primeira vez e uma realidade em fuga da compreensão. 

Entre as cenas da sala e o acaso do encontro, entre um pouco de experiência e a imaturidade de um primeiro beijo, fitava-se amor na tela e um inebriado desejo de querer.

Bate o sino, e este agora anuncia o fim de uma tarde de abraços sob a luz fraca da tela, que agora azul, aumenta a distancia entre aqueles que viveram de perto. 

Foram palavras sobre palavras, segredos desabrocharam, cinismos chegaram à flor da pele e também sonhos ficaram. Os nomes e as tardes de sábado mais uma vez são guardadas para o futuro incerto dos amores e amores.

Umas centenas de pedras desceram morro abaixo, tempestuosamente os lagos transbordaram ao som daquela melodia guardada naquele baú no qual depositamos o que há de mais puro e sombrio. 

Mas nada melhor que uma manhã após a noite escorregadia e as lembranças do uso e desuso de dois ouvidos, boca, perna e um gostoso sentimento de quem nada fez pra ter tão somente essa sina de meras tardes, sem um até logo ou ao menos um adeus, e a simples lembrança da última parte do destino.


Ailton Barros

>>Compartilhe esta postagem com seus amigos!

0 comentário(s):

Copyright © 2013 Traduzido por Template Para Blogspot de BloggerTheme9
Personalizado por dri chaves.
back to top