14/03/2010

LAGO DA MORTE - Um legado ameaçado

Postado em 14.3.10  | No marcador  



Todos os lugares possuem uma história, no campo ou na cidade. São marcas de um cultura que são acumuladas por tradição e herança, comum as todas as sociedades.

Além de terem uma identidade, são portanto, consideradas patrimônio cultural e histórico porque representam um valor singular e excepcional para as sociedades e, portanto, necessários de serem preservados e transmitidas para as gerações futuras.

Inserido nesse contexto encontra-se o município de Arari, cidade da região Norte Maranhense, fundado no ano de 1723, por José da Cunha D’Eça, possuindo uma pequena área de (1.257 km²); limitando-se com as cidades de Viana e Anajatuba, no seu extremo Norte; com São Mateus, no extremo Sul; Com Cantanhêde, Itapecuru Mirim e Miranda do Norte, a Leste e a Oeste, com Vitória do Mearim. A 165 km da capital do Estado, o município de Arari teve sua emancipação política em 27/06/1864, com uma população estimada de 27.504 habitantes, segundo dados do IGBE do ano de 2006. 

Situado em posição agradável e privilegiada, o lugar ficou cortado pelo Igarapé Nema, escoadouro do Lago da Morte, águas onde se encontram muitas espécies de peixes que sempre fizeram a fartura alimentar da população.

O lago da Morte é uma das maiores riquezas naturais de Arari, mas não se trata de um lago propriamente dito, é uma área inundável que se transforma em lagos temporários no período chuvoso e volta a ser campo logo após o abaixamento das águas.

O nome Lago da Morte é baseado num caso catástrofico envolvendo duas pessoas, cujo episódio teve como cenário o próprio local e os atores principais eram pescadores da região: Manoel Baiano, o tarrafeador e João Graúna, vareiro da Canoa, que se encontravam pescando em canoas diferentes, mas no mesmo silêncio e calmaria do ambiente. Motivado pela monotonia de uma madrugada escura e fúnebre, João Graúna num instante qualquer, sente o desejo de dar um forte grito que ecoasse o espaço, como forma de reação diante daquela situação de terror que sentia. E para sua surpresa, o seu manifesto desesperado foi repreendido pelo seu companheiro de pescaria, que se manifestara de forma agressiva e provocante diante de seu gesto. Naturalmente suas palavras foram suficiente para romper a tranquilidade da noite. Imediatamente os insultos foram trocados por impiedosas varadas lançadas entre ambos. Com mais velocidade, o João Graúna ataca brutalmente seu companheiro num golpe fatal que o fez perder a vida. 

Estas informações aqui apresentadas sobre o nome Lago da Morte foram obtidas através do livro “Ressonância de Ecos”, do saudoso escritor ararariense, José Soares.

Diante desta exposição, constata-se que o termo Da Morte foi empregado ao Lago pela ação descontrolada e agressora do homem contra o próprio homem, tornando assim, contraditório ao princípio natural da localidade em absorver vida para dar continuidade à outras gerações.

Atualmente o conhecido Lago da Morte ainda é muito visitado pela população e por turistas de outras regiões, tendo em vista passar por graves problemas ambientais provocados pelo uso inadequado do homem. A pastagem para criação de gado de pequeno e grande porte, e a extinção de algumas espécies de peixes são exemplos bem visíveis de degradação no espaço. 

Necessariamente a sociedade e os órgãos competentes devem estar aliados nesse processo de discussão da vida e da terra, enquanto espaço de sobrevivência, como nos diz Leonardo Boff, cada um assumindo a postura de anjo-da-guarda do planeta, e não como satã da terra. 

O Brasil, a partir da década de 70, ganha destaque com o surgimento de pequenos grupos que apontam a necessidade de incluir o tema Meio Ambiente nas discussões da sociedade, com o objetivo de desenvolver a consciência e a sensibilidade das pessoas para com as questões ambientais, buscando a formação de cidadãos mais críticos e engajados. Aumentando na década seguinte o número de organizações não-governamentais e consequentemente o surgimento de novas propostas de preservação do Meio Ambiente. Algumas ações se transformaram em políticas públicas, dando contornos mais definidos à legislação ambiental brasileira.

Um dos grupos mais ativos do Brasil, o Greenpeace, nos mostra uma frase que define bem o perigo de nâo preservarmos a natureza e o meio ambiente, ”Deus perdoa, a Natureza não”. São pessoas e organizações engajadas nessa difícil tarefa de preservação da natureza. A organização atua na defesa do meio ambiente, na promoção da paz e na tentativa de fazer com que as pessoas mudem de atitudes e comportamentos, investigando, expondo e confrontando crimes ambientais.

Somos partes integrantes de uma cadeia ecológica, e como partes importante, somos os únicos que pensamos e agimos de acordo com nossos pensamentos. Devido as ações inconsequentes, o homem vive em um planeta com escassez de água e uma evidente falta de produtos naturais, já que não tem cuidado de sua vegetação, dos minerais, enfim de seu habitat natural. Com isso pode-se prevê que a vida na terra será quase impraticável se o homem não se conscientizar de que precisa mudar de hábitos (economizar água, preservar lagos, rios e mares de dejetos poluentes) e principalmente lutar pela permanência do planeta ecologicamente vivo.

Dorilene Martins

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