A vida sexual das
pessoas pode ser prejudicada devido a um quadro depressivo. Diagnósticos de
depressão têm em geral indicação de tratamento medicamentoso. Mas os
antidepressivos podem provocar perda da libido como efeito colateral, o que
pode reforçar o estado deprimido do paciente com a sensação de "eu nunca
consigo".
O pior é que, como
certos antidepressivos agravam o problema sexual, com receio de se tornar
incompetente sexualmente, ou pelas pressões do parceiro, muitos pacientes
abandonam o tratamento da depressão, podendo intensificar o quadro. Depressão e
disfunção sexual acabam formando, portanto, um perigoso círculo vicioso.
A definição
clássica de libido é: "Instinto ou desejo sexual, energia que move nossos
instintos de vida". Basicamente o que se pode dizer é que uma pessoa
acometida de depressão pode perder o interesse por quase tudo, por quase todo o
tempo. Ela deixa de gostar do que mais gosta, seus afetos ficam embotados, a
autoestima fica prejudicada a ponto de se julgar uma pessoa incapaz de fazer as
coisas mais cotidianas do seu dia-a-dia. E é claro que também se desmotiva e se
julga incapaz de se relacionar intimamente com alguém.
Uma das descrições
que podemos fazer do depressivo, é que ele fantasia demais o quanto é bom, o
quão prazeroso será o amor ou a pessoa que ele irá encontrar... Mas o estado
depressivo faz com que ele fique só na fantasia e não vá à luta, para efetuar
essas conquistas. Essa paralização faz com que ele se frustre por não ter ido
realizar seus desejos e mais uma vez retroalimenta a depressão.
Outro fator é que o
depressivo pode negar a sua necessidade de amor, e para compensar esse afeto
não realizado, cerca-se de outras conquistas como bens, dinheiro, aventuras,
poder ou fama. O medo de entrar em
contato com o vazio existencial, pode fazer com que algumas pessoas desenvolvam
atitudes que evitem o contato com o 'sentir', o pensar... Muitas agem
compulsivamente, bebendo, dirigindo, trabalhando, assistindo televisão,
ocupando seu dia para não ter tempo de 'sentir', diminuindo a chance de tentar
fazer algo por si, pois teme a frustração.
A depressão quando
tratada e bem conduzida, resulta em crescimento pessoal e busca de mais sentido
à vida, incluindo o prazer de um relacionamento e de uma vida sexual
satisfatória.Para isso ocorrer,
a terapia deve ser, quando necessária, acompanhada de medicação, que só pode
ser indicada por um psiquiatra, principalmente em casos de depressão crônica.
Terapia envolve
custos e soma-se a isso, a escassez dessa assistência nos serviços públicos.
Sugiro que as pessoas procurem as clínicas das faculdades de psicologia e
psiquiatria que costumam oferecer esses serviços gratuitamente. É preciso
reconhecer que a depressão é uma doença e deve ser tratada adequadamente, para
que os prazeres pessoais (inclusive o sexual), sejam resgatados.
uol
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