13/11/2010

Descobertas animadoras na batalha contra o HIV provocam inédito otimismo entre médicos e cientistas

Postado em 13.11.10  | No marcador  


Desde que o vírus HIV se tornou uma epidemia mundial, na década de 80, cientistas de todo o mundo buscam a cura. A AIDS, doença provocada pelo vírus, fez mais de 25 milhões de vítimas desde que foi identificada. Atualmente, estima-se que 33 milhões de pessoas estejam infectadas com o HIV - cerca de 600 mil são brasileiros.

Há indícios de que a cura se aproxima: pesquisas mostram que existem maneiras de matar o vírus, como provaram cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém. Eles inocularam uma proteína em células humanas infectadas pelo HIV, que fez com que o parasita se autodestruísse.

"Constatamos que as células morrem antes do vírus concluir seu ciclo de vida, ou seja, não se formam novos vírus no organismo", explica o cientista Aviad Levin, um dos autores da pesquisa. Apesar de estar esperançoso, Levin sabe que o caminho até a cura ficar disponível para a população é longo. "O tratamento ainda está em processo de estudo e o caminho pode demorar anos", completa o pesquisador. Os testes foram feitos com HIV do tipo 1, o mais comum é o tipo2, que tem 15 casos confirmados no Brasil.

Nos Estados Unidos, cientistas da Loyola University Health System encontraram uma proteína chamada TRIM5a, que também destrói o vírus em processo parecido com o descoberto em Jerusalém. Os testes foram feitos em macacos. "O problema de manipular material genético é que nem sempre os resultados esperados são alcançados. Os conhecimentos sobre o temam são muito rudimentares", diz Max Igor Lopes, infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

A esperança não precisa deixar de existir, mas também não pode atrapalhar a vida de quem espera pela cura, como é o caso da artista plástica Valéria Lewis, de 45 anos,há 24 anos portadora do vírus HIV. "Eu acredito que essas notícias que aparecem são só boatos. Eu nutro esperança, acho até que a cura já exista, mas acho que a AIDS dá mais dinheiro do que a cura dela. Então eu me cuido, não posso ficar esperando uma coisa que a gente não sabe quando virá,"diz Valéria, que faz uso do coquetel contra a doença desde que ele foi lançado em 1996.

"Foi minha tábua de salvação. O coquetel apareceu em um momento em que estava muito debilitada. Sem ele, não sei se teria chegado até aqui", afirma.

"Quem tem HIV hoje em dia conta com uma ampla gama de tratamentos. Existem mais de 20 remédios disponíveis para controlar a multiplicação do vírus no organismo. O problema atualmente não é com as pessoas doentes, mas a disseminação da doença: pessoas que não sabem que estão infectadas e vão retransmitindo", diz Lopes. Para o médico, tão importante quanto se chegar à cura é traçar estratégias para evitar que mais pessoas se contaminem.

Quanto ao jovem alemão portador do vírus que teve leucemia e se curou da AIDS durante o tratamento com receptação de medula óssea, o infectologista alerta: "Era um caso muito especial. Além de o transplante ter funcionado, já que o índice de mortalidade entre os receptores é de 40 a 70% ele tem uma característica que é ausência de uma proteína que dificulta a fixação do vírus no organismo."

Os cientistas continuam procurando e a sociedade deve continuar se prevenindo.

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